Educação para o tempo livre
Vivemos, hoje, a um ritmo muito acelerado. O tempo livre, seja para adultos, crianças ou jovens, é marcado por uma agenda muito preenchida, com muitas atividades organizadas em função do trabalho, da atividade escolar e das ocupações dos pais e encarregados de educação, o que torna o usufruto desse tempo, correlativo de liberdade, muito difícil. O verdadeiro tempo livre devia ser o tempo em que temos a a hipótese de escolher o que fazer . Será assim para todos/as?
Wednesday, May 15, 2024
Mulheres de uma revolução (ainda) em curso
Wednesday, March 13, 2024
VIVER ENTRE DOIS MUNDOS : Reflexões sobre tempo livre e envelhecimento em três tópicos
O aumento da esperança de vida é, muitas vezes, verbalizado de uma forma negativa como um drama, uma complicação... Envelhecimento e declínio andam a par em quase todos os discursos mediáticos, levando a pensar que ficar mais velho é negativo, é perder competitividade e recusar tudo o que é novo (Araújo, 2018). Desengane-se o leitor/a, já que os/as mais velhos/as são essenciais na vida das comunidades, preocupam-se com a evolução social, são atores de mudança através da sua implicação em movimentos associativos e sociais, voluntários em hospitais e outras instituições, são políticos e sindicalistas, cidadãos com grande peso eleitoral pela sua experiência de vida e muitas vezes cuidadores/as incansáveis (Deschavannne, 2010). A sua reputação de inativos/as ou pouco ativos/as – olhada a partir da idade –, configura um abuso de linguagem, na medida em que se generaliza para toda a população idosa, ignorando as especificidades pessoais e condições de vida de cada pessoa e o seu direito ao descanso, depois de uma vida de trabalho. Estas interrogações impõem que sublinhemos a importância de uma genealogia das formas assumidas pelos desejos do repouso, da tranquilidade, distração, evasão e aventura, de uma história que deixe de considerar negativas as formas de passividade e positivas as formas de atividade, por mais insignificantes que sejam, de uma história da velhice menos assustada com a improdutividade do tempo e da ociosidade (Corbin, 2001: 15). Aliás, o ócio não é não fazer nada, mas sim fazer muitas coisas diferentes daquelas que são reconhecidas pelas formulações dogmáticas da classe dominante (Stevenson: 2016). Pensar o usufruto do tempo e do espaço na velhice requer uma nova forma de pensar, sentir e agir em relação à idade e ao envelhecimento. Exige considerar acesa a chama do combate ao estereótipo, ao preconceito e à discriminação como é, aliás, proposto pela Organização Mundial de Saúde na Estratégia de Envelhecimento Saudável 2020-2030. (...)
Araújo, Maria José. "Educadores sociais". LAPLAGE EM REVISTA 6 3 (2020): 75-82. http://dx.doi.org/10.24115/s2446-6220202063934p.75-82.
Friday, December 8, 2023
Escola a Tempo Inteiro: se as crianças votassem a conversa seria outra!
O programa da Escola a Tempo Inteiro (ETI) e a organização, nas escolas públicas, das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), criou um novo espaço público de educação que está, constantemente, a ser reequacionado pelos diferentes atores políticos. Trata-se de um espaço pensado pelo Ministério da Educação mas “gerido e operacionalizado” pelas autarquias. As Associações de Pais e Encarregados de Educação assim como, as Instituições Particulares de Solidariedade Social podem, também, em parceria concorrer ao programa. O seu desenvolvimento criou alguns constrangimentos; em primeiro lugar às crianças que viram o seu “tempo livre” ser invadido por atividades em tudo semelhantes às que já tinham na escola(s) durante o tempo letivo (o seu tempo “não livre”) e, em segundo lugar, às escolas e aos professores, que percecionam este programa, com inquietação, como mais uma responsabilidade. Estas duas questões estão interligadas na medida em que quem propõe é o Ministério da Educação e quem contrata os/as profissionais (professores/as, animadores, etc), para as diferentes áreas lúdico-expressivas e implementa as atividades são, normalmente, as autarquias. É uma teia de relações intrincada e deixa de lado aspetos relacionados com a vida e a cultura das crianças, mas não só. Deixa em aberto a questão da profissionalidade dos professores/as de música, artes plásticas, drama, língua gestual portuguesa, desporto, entre outros. Trata-se de contratações que são, geralmente, realizadas em função de uma possibilidade laboral, para cumprir as vagas de um programa pré-estabelecido, que tem sido rotinizado criando muitos constrangimentos na vida de uns e outros.
i) Ocupação da componente letiva dos docentes em atividades de apoio ao estudo e supervisão das AEC; ii) valorização das áreas curriculares nucleares - português e matemática; iii) organização de atividades nas áreas de expressão e apoio ao estudo, no horário pós-letivo.
Educação artistica por molde
Susana Lopes |
Saturday, December 2, 2023
II Seminário Direito ao Tempo Livre, Lazer e Cultura na infância e juventude.
O debate de ideias sobre o significado do usufruto do Tempo Livre – um tempo em que escolhemos o que fazemos – foi dinâmico, polémico, generoso e entusiasmado. Não faltaram, contudo, as perplexidades sobre as dificuldades de criar bem-estar para os mais novos.
Consideradas como cidadãos sob tutela, as crianças ficam dependentes dos adultos para fazer valer o seu direito a brincar, sobretudo ao ar livre como lembraram os participantes.
Na verdade, o paradigma dominante, no que concerne à organização de vida e do tempo das crianças, tem induzido a um aumento da pressão sobre elas, seja na Escola, em casa ou no ATL nomeadamente, prescrevendo e organizando atividades como os TPC. Mas os participantes de forma clara e assertiva não se deixam intimidar e declararam a sua solidariedade e vontade em fazer respeitar os direitos das crianças a brincar e dar opinião sobre as suas vidas.
Apelando às metodologias participativas estes profissionais afirmaram- em voz bem alta - que a criança tem muito a dizer sobre os seus quotidianos. Ou seja, em vez de serem convidadas a conformar-se com a realidade, tal qual é, são convidadas a conhecer, a descobrir através da experiência lúdico-expressiva o que de melhor a vida tem para lhes dar.
Que bom foi participar neste Seminário, que bom é saber que a 'insubmissão' é uma possibilidade educativa!
I SEMINÁRIO OS SENTIDOS DO TRABALHO ACADÉMICO
5 e 6 de dezembro de 2023
Mais informações em: https://gata.ese.ipp.pt/?page_id=952
Saturday, October 21, 2023
Diálogos Educativos
Acaba de sair o livro
Maria José Araújo, Pedro Duarte e Carina Coelho (Orgs)
Mulheres de uma revolução (ainda) em curso
Aula Aberta de Estudos Comunitários II Mulheres de uma revolução (ainda) em curso Conversa-debate com Ana Cristina Pereira ...
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Realizou-se a 18 novembro 2023 o II Seminário Direito ao Tempo Livre, Lazer e Cultura na infância e juventude. Organizado pela Cooperativa d...
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Só se entende a natureza quando a percorremos e dela fazemos parte integrante, dizia Henry Thoreau em Walden ou a Vida nos Bosques, a pr...